Powered By Blogger

terça-feira, 2 de outubro de 2012

I SEMINÁRIO REGIONAL DA REDE DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS E EDUCAÇÃO


I SEMINÁRIO REGIONAL DA REDE DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS E EDUCAÇÃO
“A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”

                                                                                                                          Paulo Freire


O Primeiro Seminário Regional da Rede de Medidas Socioeducativas e educação ocorreu no Município de São Leopoldo com a apresentação da Rede de São Leopoldo e Novo Hamburgo, a relação que estabelece com a educação  e a inserção dos jovens na comunidade escolar.
Refletimos sobre o processo de formação, que é diferente de processo de punição, e que a sociedade tem que se transformar  para aceitar o diferente, entender o contexto que o jovem está inserido e não olha-lo como uma ilha, pensar uma realidade socioeducativa  tendo como pano de fundo uma sociedade que entenda e acolha este jovem.
O Ministério Público trouxe a realidade dos atos infracionais mais graves como sendo cometidos por jovens  que estão fora da escola, salientando que estamos perdendo tempo em não investirmos nestes adolescentes que estão fora da comunidade escolar.
O tema que a Educação debateu é que não se consegue dar conta de todas as necessidades dos adolescentes inseridos na escola. Problematizou “que necessidades são estas”. A escola tem o papel de acolher e incentivar a permanência do aluno na mesma. Também  evidenciou que a educação integral é o conjunto formado pela educação escolar mais educação na família, que constroem juntos os valores universais, valores de limites, valores de respeito. E a educação não pode ser discutida sozinha, existe a necessidade da família se envolver nos debates, fóruns e seminários.


Na relação entre adolescência e socioeducação, a palestrante Míriam Lemos traz em seus relatos  que o processo de expansão na escola está degradada, por ela não saber lidar com os sujeitos que estavam fora do espaço educacional e o distanciamento destes sujeitos da linguagem escrita. Foi pensada uma expansão do ensino público, mas não foi pensado que os sujeitos se transformam e que os sujeitos de hoje são diferentes aos dos anos anteriores.
Mírian continua a sua reflexão: "Para quem esta escola serve hoje? Para um público que no passado não tinha o direito ao acesso". 
As pesquisas demonstram que dos anos 70 até hoje, o nível de escolarização é crescente,  mas permanecem as mesmas diferenças de gênero e raça. O maior índice de escolarização está no sexo feminino e branco, seguido pelo masculino e branco, em terceiro lugar o gênero feminino negro e o sexo masculino e negro, em último lugar.
Uma das conclusões de Mírian é a de que os jovens brasileiros estão mais próximos do mundo do trabalho do que da escola.
A palestrante  Beatriz Aguinsky problematiza  a socioeducação como não sendo uma transferência entre políticas, que este tema está  relacionado à complexidade das relações, e que toda sanção tem direitos suprimidos. Destacando três desafios:
1º)         Entender  a adolescência em conflito com a lei, que as vezes começa na infância, e a condição atual que nos encontramos, também em conflito com a lei quando não executamos o ECA;
2º)         Superar as simplificações e juízos  apurados de valor e
3º)         Entender o fenômeno da justiça do social.
Beatriz conclui que o ideal seria que  passássemos de uma sociedade punitiva para uma dialógica, defendendo  o diálogo como recurso indispensável no processo de educação, de forma que, todos devem ter direito à fala em uma relação de mútuo respeito.

Seminário Convivência Familiar e Comunitária de Crianças e Adolescentes Direitos Humanos e Justiça